Entrevista realizada em abril de 2009.
Alexander Trigueiro Petrow, mais conhecido com Alex Petrow, é um Paulistano de 27 anos, jornalista formado na Universidade Anhembi Morumbi.
Trabalha com comunicação desde 2002. Começou em uma emissora de rádio do estilo rock, voltada para o público jovem: a Brasil 2000 FM. Ali, iniciou como estagiário, mas, após alguns meses, foi contratado para trabalhar no departamento de jornalismo e produção. Foi co-apresentador de um programa da emissora chamado Happy Hour, que veiculava notícias em meio a músicas.
Acumula passagens pelo Grupo Folha da Manhã, como repórter dos jornais Agora São Paulo e Folha de S. Paulo. Nesse meio tempo, atuou também como jornalista freelancer, escrevendo para sites, revistas e realizando trabalhos na área de assessoria de imprensa.
Desde 2004, na Rádio Globo de São Paulo, ele atua como jornalista, locutor, responsável por pautas e parte editorial da emissora no período da tarde. Fora isso, é um dos editores e apresentadores do “Globo Girando com a Notícia”, um boletim de 5 minutos com as principais notícias de São Paulo, e participa de alguns programas da grade da emissora.
Entrevista
Na Mira – Como despertou a vontade de ser radialista?
Alex – Sempre ouvi muito rádio, esse foi um dos fatores que me levou a pensar em ser jornalista e radialista. Fora isso, desde o colegial (hoje ensino médio) amigos e professores falavam que eu tinha voz para trabalhar com isso. Na faculdade a mesma coisa. Aliás, alguns professores inclusive me incentivaram a tentar seguir carreira como repórter de TV, mas, quando comecei a estudar rádio na faculdade, realmente me identifiquei com o meio no qual trabalho hoje. Não que não goste dos outros, mas gosto muito de rádio.
Na Mira – Qual foi a sua maior dificuldade no inicio de carreira?
Alex – A primeira vez que você fala ao vivo é difícil. Não importa o quanto você treine, o nervosismo no começo atrapalha. Mas com a prática ele vai embora. Acredito que esse tenha sido o maior problema logo que comecei. O rádio é um meio muito dinâmico e rápido, nele você precisa tomar decisões importantes em um curto período de tempo. Hoje, com a experiência, essas situações não atrapalham mais, fazem parte do cotidiano.
Na Mira – Como surgiu a oportunidade de ingressar na Rádio Globo? Fale sobre sua trajetória na emissora.
Alex – Ingressei na Rádio Globo em 2004, após encaminhar meu currículo para a emissora. Fui entrevistado e logo contratado. Comecei na área de produção, fui promovido e hoje sou responsável pela pauta e parte editorial da Rádio Globo SP no período da tarde. Fora isso, sou um dos editores e apresentadores do “Globo Girando com a Notícia” (um boletim de 5 minutos com as principais notícias de SP) e participo no ar de alguns programas de nossa grade.
Na Mira – Todo radialista tem um comunicador referencial no qual se espelha. Quem é o seu radialista modelo e por quê?
Alex – Por incrível que pareça, não tenho um radialista modelo. Admiro vários, cada um por qualidades diferentes. Eu acredito que no rádio de hoje o locutor/comunicador tem que ser um profissional preparado para atuar em diferentes áreas e estar apto a falar para diferentes públicos.
Isso aconteceu comigo. Minha primeira experiência em rádio foi em uma emissora voltada para o público jovem que gostava de rock, a Brasil 2000 FM. Ali cheguei a co-apresentar um programa chamado Happy Hour, no qual era responsável pelas notícias e participava de entrevistas.
A Rádio Globo, onde trabalho hoje é uma emissora popular, voltada para o público adulto, na qual o jornalismo tem ganhado cada vez mais destaque, junto com o entretenimento.
Por isso não digo que tenho um comunicador como referência, mas sim vários, que, por suas diferentes qualidades, influenciaram meu trabalho.
Na Mira – Os radialistas consideram o rádio como um grande amor e motivo de felicidade, o envolvimento é tanto a ponto de muitos afirmarem que não teriam prazer em exercer outra profissão. Qual o significado do rádio na sua vida? Se não fosse radialista, conseguiria ser feliz em outra profissão?
Alex – Olha, eu tenho sim um grande envolvimento com o rádio e isso se deve a diversos fatores, como o dinamismo que ele proporciona, a proximidade com o público, enfim. Por falar nisso, algumas pessoas têm uma visão de rádio diferente justamente por não ter esse contato com o ouvinte.
Digo sem sombra de dúvida que já passei por situações gratificantes (em que consegui dar uma notícia em primeira mão, por exemplo) e outras que me emocionaram muito. Um destes casos foi o de uma ouvinte, que foi à uma ação externa da Rádio Globo, no Globomóvel (estúdio móvel da emissora), e falou sobre a nossa importância para a vida dela, que nós, além de mantê-la bem-informada, éramos sua companhia diária, pois vivia sozinha.
Quando uma pessoa chega e fala isso para você, temos a noção da importância do que fazemos, da diferença que exercemos sim na vida das pessoas. Certas emissoras de rádio tem esse diferencial – a proximidade. Neste dia, quase 2 mil pessoas estiveram no local onde estávamos para demonstrar isso.
Agora, ser feliz em outra profissão? Depende. Apesar de gostar muito de rádio, acredito que seria feliz sim, se continuasse atuando na área de comunicação, jornalismo, enfim.
Na Mira – Em rádios de pequeno porte, na maioria das vezes o locutor faz sozinho todo o planejamento e execução do programa (produz, comunica e opera áudio), uma situação complicada no início, mas compensadora com o passar do tempo. Você já passou por essa experiência? Como foi? E quais foram os benefícios acrescentados em sua vida profissional?
Alex – Não cheguei a passar por isso, mas acompanhei pessoas que passaram por essa situação, por ter trabalhado em uma emissora FM, na qual a maioria dos locutores comunicava e operava ao mesmo tempo. Porém, com conteúdo pré-produzido. Acredito que essa situação relatada na sua pergunta permaneça em emissoras de pequeno porte.
Mas ter acompanhado o que relatei me mostrou que, em rádio, é muito importante saber de tudo um pouco, para poder lidar com situações inusitadas, com o imprevisto.
Na Mira – Você acredita que a internet deu nova vida às emissoras de rádio, no sentido de que, com as transmissões pela internet, elas puderam alcançar um público nunca antes imaginado? Você concorda com essa visão? Qual é o futuro da integração rádio/internet na sua opinião?
Alex – A internet virou uma grande aliada não só do rádio, mas de todos os meios de comunicação. Ela não ajudou o rádio apenas em termos de transmissão. Auxiliou com relação a veiculação de outros conteúdos também.
Todos os profissionais que lidam com o público têm que ter em mente a seguinte questão – os consumidores estão cada vez mais exigentes e buscam qualidade (seja de conteúdo, transmissão) e diferenciais (como maior comodidade, novidades, interatividade, enfim).
A internet, além de levar nosso conteúdo para todo o planeta (recebemos e-mails de ouvintes de todos os cantos do mundo, literalmente), nos oferece outras possibilidades, como, por exemplo, mostrar imagens de uma matéria feita por nossa equipe de reportagem. Ela pode até mesmo ser um diferencial em coberturas.
Para explicar, uso um exemplo: na transmissão de um jogo na Rádio Globo, chegamos a disponibilizar em nosso site um serviço chamado Scout Online, pelo qual o ouvinte ligado na transmissão pode conferir estatísticas sobre a partida, como número de passes errados e de chutes a gol.
Não podemos esquecer das ferramentas tradicionais, como o e-mail e o chat, possibilidades de interação em tempo real com o ouvinte. A tendência é essa relação aumentar cada vez mais. As rádios online já são uma realidade e novas tecnologias para incentivar essa interação já estão em desenvolvimento, como rádios de carro que reproduzem emissoras online.
Na Mira – Qual a matéria ou situação mais engraçada que você passou?
Alex – Sem dúvida, a minha primeira entrevista em inglês. Detalhe – ao vivo! Me colocaram para entrevistar um integrante de uma banda americana chamada Biohazard. Ainda bem que eu conheço bem a história da banda, essa foi minha sorte, mas nunca falei tanto “ééée” “ãããã” ao vivo. Não falava com ninguém em inglês há meses! Se bem que depois, quando eu ouvi a entrevista, notei que até que foi tranqüilo o bate-papo, mas no estúdio foi um momento tenso e, para quem sabia da situação, engraçado.
Na Mira – Quais são seus objetivos futuros?
Alex – Continuar crescendo profissionalmente. Costumo dizer que estou em constante aprendizado. Há alguns anos era estagiário e hoje trabalho em uma das maiores emissoras do país.
Sei que as possibilidades de crescimento na minha área são grandes e continuo em busca delas. Procuro estar sempre me atualizando, porque o mercado hoje exige isso do profissional – estar em desenvolvimento constante.
Na Mira – Qual dica você dá para quem está iniciando no jornalismo?
Alex – Tenha sempre isso em mente: os que acham que já sabem tudo são os primeiros a ficar para trás. Busque sempre se aprimorar no que você faz.
Na Mira – Você Lê o Comunique-se? O que te chama mais atenção no Portal?
Alex – Com certeza! É difícil escolher apenas uma área, mas as notícias sempre chamam a atenção. As colunas são muito interessantes também.