Entrevista com Paloma Tocci da Rede TV! e Rádio Transamérica

MULHERES DO ESPORTE

Talvez até mesmo alguns jornalistas se perguntem como deve ser trabalhar em rádio e televisão, mas uma pessoa sabe muito bem como é assimilar esses dois trabalhos e essa pessoa está NA MIRA DA UPA!

Paloma Tocci, apresentadora da RedeTV e da Transamérica, conta para a gente como é sua rotina, trabalhar cobrindo esportes e também sobre a questão do diploma para jornalistas.

Conte-nos como foi o início de sua carreira. Teve alguma dificuldade?

Comecei a trabalhar na Band há sete anos, no primeiro ano da faculdade. O estágio começou na BandNews. Depois fui para o Canal 21. Meu chefe achava que eu tinha a cara do esporte e sugeriu que eu fosse conversar com o diretor do departamento. Gravei um piloto e eles gostaram. A primeira matéria foi em um clássico, São Paulo e Palmeiras, no Morumbi. Tínhamos uma equipe livre, que faria apenas imagens da torcida chegando, pedi para acompanhá-los, seria uma espécie de matéria-teste, fui. Deu confusão na porta do estádio, ingressos falsos, tudo que poderia render uma matéria. Fechei o texto e desde então comecei a fazer reportagens. Dificuldades?  Todo começo é difícil.

Sendo repórter de campo, já levou alguma “cantada” dos jogadores?

Não. Nunca pediram meu telefone ou foram indelicados. É claro, que estamos no futebol, são poucas mulheres e às vezes acontece uma brincadeira saudável. Nada que me agrida ou ofenda. Uma vez, na festa do título do Palmeiras (Campeonato Paulista de 2008) estava ao vivo com o Milton Neves, no Terceiro Tempo, direto da festa. Todos os jogadores rasparam a cabeça para comemorar o título, foi uma promessa deles. Perguntei ao Denílson se ele tinha gostado do visual. Ele respondeu dizendo que eu tinha que aprovar. Disse que só falaria do desempenho dele em campo.

Você acha que o fato de ser mulher que trabalha na área esportiva pode, por exemplo, trazer alguma dificuldade nas matérias? Você já sofreu com isso?

Sofrer nunca. No começo contei muito com a ajuda dos homens da imprensa esportiva. A memória da mulher para o futebol é curta. Vivemos o esporte mais tarde que os homens. Dedico-me muito ao hoje. Tenho que saber tudo sobre o momento atual é o mínimo.

No Galera Gol às vezes predomina mais o humor do que os boletins sobre futebol e outros esportes.  Você acha que tem possibilidades de alguma emissora de televisão ter um programa similar ao GG da Transamérica?

O futebol está cada vez mais ligado ao humor, futebol é entretenimento. A fórmula do Galera Gol é um sucesso, basta alguém apostar.

Fala-se muito que para trabalhar em rádio tem que saber improvisar, os problemas sempre podem acontecer, mas em algum momento você já teve que usar o improviso para mandar bem no dial?

O rádio é improviso. Sou muito grata a Transamérica, evolui muito profissionalmente com a experiência em rádio. Você passa a organizar melhor as idéias para se expressar, tem a coisa do improviso, raciocínio rápido. É demais.

Se tivesse que escolher entre rádio e televisão, apresentar ou reportar, quais seriam suas opções?

Difícil. Posso ficar sem escolher? Pelo menos por enquanto. Ainda consigo levar os dois, ou os quatro, rádio, televisão, apresentar e fazer reportagens.

Diplomado ou não diplomado, em sua opinião, cursar a faculdade de jornalismo é um dos fatores principais para gabaritar um profissional como jornalista?

A grade curricular do curso poderia ser revista. Falta muita coisa e poderiam apostar mais na prática, tendo aulas de rádio, televisão e redação. Quem sabe até disciplina de algum idioma.

A decisão de escolher ir para a Rede TV! tem a ver com a Copa do Mundo?

Vim para a Rede TV! porque a proposta foi muito boa, não tem nada a ver com a copa. A Band me preparou para este desafio que eu escolhi seguir.

Nessa nova casa você continua no esporte?

Sim, vou apresentar o Rede TV Esporte, que é um jornal diário com as principais noticias do dia no esporte, além dele, tem o bola na rede. Esse vai ao ar aos domingos, mas o formato deve mudar ainda não estão definidas as mudanças e nem a data de estreia.